Pessoas próximas suspeitam que a motivação do crime seja a sua atuação contra caçadores e outros invasores
Ele atuava como colaborador da Funai e era ex-servidor da instituição, Santos foi “assassinado a sangue frio” diante de sua família em uma rua movimentada de no centro de Tabatinga, que fica próxima da fronteira da Amazônia brasileira com a Colômbia e o Peru.
O colaborador da Funai atuava principalmente na base Ituí-Itacoaí, que funciona sobre uma balsa e está a cerca de 40 km da cidade de Atalaia do Norte. O objetivo dessa base é impedir a entrada de invasores a uma área identificada como a de maior presença de índios isolados do mundo.
Pessoas próximas a Santos dizem, sob a condição do anonimato, que ele era comprometido com o trabalho no Vale do Javari e suspeitam que a motivação do crime seja a sua atuação contra caçadores e outros invasores.
Em nota, a INA mencionou evidências de que o assassinato ocorrera em represália ao papel de Santos no combate a invasões ilegais por caçadores, madeireiros e mineradores na reserva do Vale do Javari, local que abriga a maior concentração de tribos indígenas não contactadas do mundo.
“Este episódio trágico e extremo se soma a muitos outros. Nos mais diferentes contextos, da Amazônia à região Sul do país, indígenas, servidores e colaboradores atuam em condições precárias e insuficientes na proteção de Terras Indígenas. Por conta da participação em ações de combate a ilícitos nesses territórios, encontram-se cada vez mais ameaçados e vulneráveis”, declarou a INA.
“A INA vem expondo esta situação há algum tempo e solicitando medidas para garantir condições mínimas de trabalho e segurança, inexistentes no momento”, afirma a nota. “Em fevereiro deste ano, entregamos à Funai o Ofício 003/2019, solicitando providências para implementação de um Protocolo de Segurança para proteção dos servidores do órgão”.
“Entretanto, até o momento, a INA não recebeu respostas, nem tomou conhecimento de quaisquer medidas adotadas para aumentar a proteção e segurança de indigenistas no desempenho de suas atividades”, completou a INA.
A organização indígena União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) vai acionar o Ministério Público Federal e a Polícia Federal, para que investiguem o assassinato.
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