Apoio de Anitta faz Lula crescer engajamento nas redes
Engajamento de Lula nas redes sociais melhorou expressivamente após a cantora declarar apoio ao candidato petista…
Por Mauro Utida/via Mídia Ninja
Foi a cantora Anitta declarar o voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o engajamento nas redes sociais do candidato petista teve a sua melhor taxa nos últimos três meses.
A declaração de Anitta, na segunda-feira (11), fez o petista ter um desempenho em julho melhor do que todo o mês anterior, com 2,84% de engajamento, ante 2,78% de junho. Em abril, Lula registrou um engajamento de 4,07% e em maio 3,9%.
Na ocasião, Anitta chegou a “quebrar a internet” após apoio a Lula e diversos memes foram criados e compartilhados para comemorar a decisão e até mesmo planejar a festa da posse em janeiro de 2023.
O levantamento foi feito pelo publicitário e analista de dados, Alek Maracaja, SEO da Agência AtivaWeb. O empresário mantém um programa que faz o cruzamento de informações das redes sociais para acompanhar diariamente a taxa de engajamento dos candidatos, principalmente a polarização entre Lula e Bolsonaro. “Lula estava com a taxa de engajamento estagnada, mas após a declaração de Anitta este número subiu expressivamente”, informou.
O analista também informa que o engajamento de Bolsonaro tem sido menor do que do candidato petista, mesmo tendo quatro vezes mais seguidores que Lula nas redes. “Bolsonaro ganha de Lula no número de seguidores em todas as redes sociais, porém o engajamento de Lula é maior”, destacou.
O SEO dá uma dica para Lula melhorar os seus números na rede: manter uma comunicação simples com o público e criar conteúdos para furar a bolha de militantes e seguidores. Segundo o analista, 25% dos eleitores ainda estão indecisos e são pessoas que não se interessam por politicagem. “A campanha do Lula precisa saber falar com essas pessoas, com uma linha mais humana e pessoal. Quando ele aparece nesse formato, como ele apareceu com o ‘óculos Juliet’, ele conseguiu furar a bolha”, revelou.
Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.
Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.
Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.
Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.
Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.
Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.
Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.
Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.
Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.
Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.
Zezé Weiss
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