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Cinco animais do Cerrado em risco de extinção

Cinco animais do Cerrado em risco de extinção

O Cerrado, grande bioma brasileiro que conecta três países da América do Sul (Brasil, Bolívia e Paraguai) e funciona como elo entre quatro dos cinco biomas brasileiros: Amazônia, Caatinga, Mata Atlântica e Pantanal, já perdeu 100 milhões de hectares de cobertura vegetal para o agronegócio.

Em consequência das plantações de algodão, cana, eucalipto, soja, e da pecuária extensiva, vem destruindo o habitat de uma imensa variedade de animais.

Das cerca de 837 espécies de aves, 120 de répteis, 150 de anfíbios, 1.200 de peixes, 90 mil de insetos e 199 tipos de mamíferos, o que representa 5% das espécies do mundo e 30% da biodiversidade brasileira, cinco espécies emblemáticas encontram-se ameaçadas de extinção. São elas:

  1. Onça-pintada (Panthera onca): maior felino das Américas, habita ambientes preservados, próximo a fontes permanentes de água e com grande quantidade de presas. Uma curiosidade: a onça-preta e a pintada são animais da mesma espécie. Nos animais de coloração negra, conhecidos também como melânicos, as pintas são mais difíceis de notar, mas estão presentes em tom ainda mais escuro que o restante da pelagem.

  1. Tatu-canastra (Priodonte Maximus): também conhecido como tatuaçu ou tatu gigante, é considerado o maior e mais raro dos tatus existentes no mundo. Pode chegar a 1,5m de comprimento e pesar até 60 kg. Tem hábitos noturnos e semifossoriais (passam parte do tempo abaixo do solo). O período de gestação é de aproximadamente cinco meses e nasce apenas um filhote.
  2. Anta (Tapirus terrestres): maior mamífero terrestre da América do Sul. Mede um metro de altura e dois metros de comprimento e pesa cerca de 300 kg. Alimenta-se de folhas, frutos, vegetação aquática, brotos, gravetos, grama e caules que são digeridos graças à presença de micro-organismos em seu aparelho digestivo. É uma espécie tipicamente solitária e de hábitos noturnos, mas também pode realizar atividades durante o dia.
  3. Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla): possui pelagem característica, com uma faixa diagonal preta com bordas brancas, que se estende do peito até a metade do dorso. É um mamífero que mede cerca de 2,20 metros de comprimento, pesa até 45kg. Usa suas garras dianteiras para escavar formigueiros e cupinzeiros ao longo do dia para capturar, com sua língua extensível, até 30 mil formigas e cupins. Não possui dentes.
  4. Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus): maior canídeo sul-americano. Pesa de 20 a 30 kg e tem pelagem avermelhada. Alimenta-se principalmente de pequenos roedores, aves terrestres e de frutas como, por exemplo, a fruta do lobo (Solanum lycocarpum). Animal solitário, forma casais durante o período reprodutivo. Estima-se que existam pouco menos de 25 mil lobos-guará no mundo, sendo que aproximadamente 20 mil deles no Brasil.
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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!


 
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