Pesquisar
Close this search box.

A Violência sem Limites e as eleições

A Violência sem Limites e as eleições 

Por: Fernando Rizzolo

Fica claro pelos noticiários que a violência no Brasil aumentou muito de um ano para cá. Os fatores desencadeantes que de certa forma colaboram com esse quadro são o desemprego, a corrupção generalizada e endêmica dos governantes e, acima de tudo, um descrédito da democracia, além, é claro, da certeza da impunidade. A exegese dessa violência tem sido palco no Brasil de explicações sociológicas tanto pela esquerda quanto pela direita, que se aproveita desse verdadeiro caos.

É verdade que, no bojo da violência ostensiva, existe a violência ideológica, preconceituosa e racista que dá a sustentação para os discursos dos presidenciáveis que evidentemente prolatam uma linguagem de fácil acesso aos que mais sofrem com esta situação calamitosa a que chegamos.

Crianças são mortas em tiroteios no Rio de Janeiro, pessoas incautas que não conhecem determinados trajetos dentro das comunidades são alvejadas sem o menor pudor, alunos agridem professores em salas de aula, automóveis são parados e seus motoristas, assaltados, quando não mortos em arrastões.

O feminicídio aumentou barbaramente. Tudo isso ao som agora das marchinhas de Carnaval e das cidades coloridas por essa festa tradicional, tão tradicional quanto tem se tornado o costumeiro conformismo com a deliberada agressão ao cidadão de bem.

Abrigando por volta de 100 mil habitantes, vista para o mar da zona sul do Rio de Janeiro e um sem fim de becos e vielas espalhados entre os bairros da Gávea e de São Conrado, a favela da Rocinha passou nos últimos quatro meses por alguns dos momentos mais violentos de toda sua história. Fica patente que ninguém tem uma fórmula mágica para acabar com a criminalidade, que, num país pobre, em crise moral, com um nível de desemprego assustador, tende a piorar.

O mais intrigante é a difusão da violência pelo país, que não mais se restringe ao Rio de Janeiro, contudo, entendo que neste ano eleitoral é importante nos abstermos dos discursos delirantes de presidenciáveis que vendem a facilidade do “olho por olho”, muito embora eu tenha a convicção de que o endurecimento do Estado deve ser aferrado para o bem da sociedade e para o equilíbrio contencioso do crime a céu aberto, típico do que podemos chamar de “rotina de guerra”.

Na próxima eleição, vamos ter os “Rambos”, os candidatos do antigo argumento de que “tudo se resolve com a educação” e os liberais com a tese de que “aumentando os investimentos” o tiroteio diminui. Por ora, é bom contar com D´us, saber por onde transitar ou a última opção, para os que podem mudar de país, uma atitude que alguns podem achar covarde ou tão corajosa como ficar no meio de um tiroteio na linha vermelha… E ter a sorte de sair vivo.

ANOTE AÍ:

Esta matéria nos foi gentilmente cedida por:

Fernando Rizzolo é Advogado, Jornalista, Mestre em Direitos Fundamentais, Professor de Direito

0 0 votos
Avaliação do artigo
Se inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários

Parcerias

Ads2_parceiros_CNTE
Ads2_parceiros_Bancários
Ads2_parceiros_Sertão_Cerratense
Ads2_parceiros_Brasil_Popular
Ads2_parceiros_Entorno_Sul
Ads2_parceiros_Sinpro
Ads2_parceiros_Fenae
Ads2_parceiros_Inst.Altair
Ads2_parceiros_Fetec
previous arrowprevious arrow
next arrownext arrow

REVISTA

REVISTA 113
REVISTA 112
REVISTA 111
REVISTA 110
REVISTA 109
REVISTA 108
REVISTA 107
previous arrowprevious arrow
next arrownext arrow

CONTATO

logo xapuri

posts recentes