O racismo que nos mata, mesmo quando já estamos mortos, ou sobre os meninos pretos do Flamengo
Dez meninos de sete estados, morreram carbonizados em um incêndio no início desta sexta-feira (8) , no Centro do Tratamento do Flamengo (Ninho do Urubu), na zona oeste do Rio de Janeiro.
Dez meninos ligados pelo elo do esporte, da auto-superação, na busca do estrelato.
Sim, eram estrelas em potencial.
E brilhavam.
Dez meninos, quase um time inteiro, quase todos pobres e pretos, que experimentavam experiências únicas.
A morte dos meninos pretos, futuras e mortas estrelas do futebol, provocou reverberações nas redes sociais. Algumas de luto e outras desprezíveis, segregadoras levantando reflexões importantes sobre o racismo internalizado, de uma sociedade que se auto-intitula miscigênica e de uma branquitude, politicamente, arrogante.
Nas redes sociais fizeram referencias grotescas relacionadas à cor da pele e compararam os corpos dos meninos carbonizados com churrasco: “Já ouvi falar em churrasquinho de gato, agora de urubu é a primeira vez” – gracejou o Phillipe Tavares em seu perfil no facebook.
Felipe Parda, gargalha afirmando que: “Os mulambento amanheceu pegando fogo”.
E na postagem com a foto de um jogador,menino preto, em estado critico, João Fernandes tripudia : “Dizem que esse jogador teve 40% do corpo queimado. Acho que é 100%.”
O racismo é mais do que um grande embaraço social é um câncer necrosado, tem uma relação intima com essa sociedade rasteira e arrogante. É fruto de uma violência letal e continua a frutificar intolerâncias e a cultura de muitos e seculares ódios.
Uma cultura/discurso de ódio como plataforma para ganhar visibilidade. que continua a matar os corpos de pretos meninos valentes, mesmo quando eles já estão mortos.
Carbonizados.
Racismo na web é configurado crime, e vale denúncia.

Como denunciar
Para denunciar casos de racismo em páginas da internet ou em redes sociais, o usuário deve acessar o portal da Safernet e escolher o motivo da denúncia. Além disso, é necessário enviar o link do site em que o crime foi cometido e fazer um comentário sobre o pedido. Após esses passos, será gerado um número de protocolo, que o usuário deve usar para acompanhar o processo.
Também é possível fazer a denúncia diretamente por sites de órgãos públicos, como o Disque 100 e o portal da Câmara. Todas as denúncias vão para a mesma base de dados da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos e são acessíveis ao MPF. O sistema garante o completo anonimato dos denunciantes.
Além disso, alguns estados do País contam com delegacias especializadas em crimes cometidos em meio eletrônico, que podem ser acionadas em situações de injúria racial.



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