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Cordel para Sérgio Ricardo

Cordel para Sérgio Ricardo

 

CineCordel Apresenta: Cordel para Sérgio Ricardo ( 1932 – 2020)

Homenagem de Gustavo Dourado

Peço aos céus inspiração

Para no tempo voltar

Louvar a Sérgio Ricardo

Compositor popular

Foi da bossa ao cordel

Fogo, terra, água e ar

 

No ano de trinta e dois (1932)

Sérgio Ricardo nasceu

No dia 18 de junho

Ao mundo seu grito deu

Trilhou o caminho da luz

O espaço-tempo esclareceu

 

Batizado João Mansur Lufti

O seu nome verdadeiro

De Marília, em São Paulo

Ecoou no mundo inteiro

Galopou pelos sertões

De Cannes ao Juazeiro

 

Artista belo e vistoso

Quase um galã tropical

Com a elite da Bossa-Nova

Esteve no Carnagie Hall

Artesão da Sétima Arte

Cantou bem nosso quintal

Circulou pelo Brasil afora

São Paulo, Rio de Janeiro

Santos, Brasília e Bahia

Com seu canto verdadeiro

Parceiro de Glauber Rocha

Do Cinema Novo guerreiro

 

Tornou-se Sérgio Ricardo

Um nome bem brasileiro

Deus voz ao Diabo Louro

Famoso no mundo inteiro

Fez o sertão estremecer

Nos passos do cangaceiro

 

Instrumentista afiado

No piano e no violão

Cantor e compositor

Criador de Zé Tulão

Um artista sem igual

Fez Calabouço e Zelão

 

Pintava o sete e o infinito

Nos números da taboada

Nos ABCs da Cantoria

No repente fez jornada

Nos versos do cordelista

Um cantador na estrada

 

“Deus e o Diabo na Terra do Sol”

Terra em Transe em pandemia

A virose da ignorância

Quer castrar nossa poesia

O artista na trincheira

Deu gritos de rebeldia

 

O Menino da Calça Branca

A Noite do Espantalho

Esse Mundo é Meu e outros

Música, cinema, trabalho

Sérgio Ricardo soube

Dar as cartas do baralho

 

“De parabelo na mão”

Na saga do cangaceiro

Pelo sertão do Nordeste

Repercutiu no estrangeiro

Martin Scorsese gostou

Rosário falou ligeiro

 

União Nacional de Estudantes:

Centro Popular de Cultura

Cinema em evidência

Cordel e Literatura

Com Gullar e Vianinha

Cinema, amor e leitura

 

Cantou “Beto Bom de Bola”

Record, III Festival

A vaia na “violada”

O ato temperamental

Arremessou a viola

Em performance cultural

 

Sérgio escreveu um livro

“Quem Quebrou o meu Violão”

“Foi ele mesmo!”. responderam

Os desafetos em ação

Em “Uma Noite em 67”

Sérgio deu a explicação

 

Filme “Uma Noite em 67”

Um longa documental

Renato Terra e Calil

Deram toque magistral

Cinema com maestria

De excelência cultural

 

A geração de Chico Buarque

Por Sérgio tinha simpatia

Respeito e admiração

Por sua verve e poesia

Nas linhas da MPB

Novo tempo se anuncia

 

Filme“ O Dragão da Maldade

Contra o Santo Guerreiro”

Um grande filme de Glauber

Onde Sérgio foi trilheiro

Cinema bem diferente

Sacudiu o mundo inteiro

“O Menino da Calça Branca”

Um filme bem festejado

Famoso média-metragem

No elenco mestre Ziraldo

O cinema faz reverência

Ao grande Sérgio Ricardo

 

Esteve no Oriente Médio

Na terra dos ancestrais

Pesquisou suas raízes

De tempos imemoriais

Origem sírio-libanesa

De Gibran e outros mais

 

Filmou “O Pássaro da Aldeia”

Sob o calor do oriente

Nas pegadas do deserto

Luz do sol incandescente

Na espreita das esfinges

Sob o olhares da serpente…

 

Filme “Esse Mundo É Meu”

Um belo longa-metragem

Antônio Pitanga em cena

Ruy Guerra fez a montagem

“Aventuras de Ripió Lacraia”:

Francisco de Assis na imagem

 

Dib Lutfi, o “homem tripé”

Fotógrafo de inventividade

Irmão de Sérgio Ricardo

Um ás da criatividade

Com a câmera na mão

Deu asas à Liberdade…

 

Dib com Sérgio Ricardo

Parceria de excelência

Com Luiz Carlos Barreto

A luz da clarividência

Os voos da fotografia

Imagens da transciência

 

Na trilha de Terra em Transe

A verve glauberiana

Dib em documentário

Na arte que se irmana

Derraik e Simplício Neto

Na cinemagia soberana

 

Dib em “A Lira do Delírio”

Walter Lima Jr em poema

Pelos céus da Sétima Arte

Família Lutfi no cinema

Sérgio Ricardo e Dib

Dupla que virou emblema

 

“Juliana do Amor Perdido”

E o curta “Pé Sem Chão”

Além das trilhas sonoras

Ele atuou na direção

Sérgio Ricardo um vate

Que eternizou nosso sertão

 

Ópera “Estória de João-Joana”

De Carlos Drummond de Andrade

Sérgio Ricardo na trilha

O cordel na vivacidade

Orquestra Cláudio Santoro

Pulsante em criatividade

 

“Bacurau”:“Bichos da Noite”

Sérgio Ricardo trilhou

Cinema Novo moderno

O cinemais se atualizou

Com Mendonça e Dornelles

De novo o cinema acordou

 

Filme “Bandeira de Retalhos”

Com Pitanga e Osmar Prado

Com a trupe Nós do Morro

Um grupo bem destacado

A produção de Cavi Borges

Externou-se em alto brado

 

Na Mostra de Tiradentes

O filme foi exibido

Eternizou o seu nome

É artista reconhecido

Sérgio Ricardo estelar

Um criador tão sabido

 

Sérgio Ricardo não se entrega:

Rumou para a eternidade

Foi encontrar Lampião

O amigo Glauber Andrade

Rocha do Cinema Novo

Ás da multiplicidade

 

Foi-se encontrar com Dib

Com Corisco e com Dadá

Pelo Sertão de Milagres

Chorrochó e Uauá

Canudos de Conselheiro

“Canta lá que eu canto cá”

 

Autor de diversas trilhas

Jonas, “A Compadecida”

Back, “A Guerra dos Pelados”

A arte foi a sua lida

Dou viva a Sérgio Ricardo

Por tudo o que fez na vida

Compositor-cineasta

Um celebrado ator

Cine e ópera popular

Fez sua arte com amor

Sérgio Ricardo na trilha

Dos versos do trovador

Gustavo Dourado

Brasília, 24 de  julho de 2020.

[authorbox authorid=”” title=”Sobre o Autor”]

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