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Coronavírus: Bozo veta obrigação do uso de máscaras

Coronavírus: Bozo veta obrigação do uso de máscaras

Redação

Agindo a favor do contágio massivo pela covid-19, Bolsonaro vetou diversos dispositivos na lei que regulamenta o uso de máscaras durante a pandemia. Dentre estes dispositivos, Bolsonaro vetou a obrigação do uso de máscaras no comércio, escolas e nas Igrejas. Com isso, Bolsonaro agrada sua base evangélica, em especial aqueles pastores negacionistas como Edir Macedo e companhia, e, por outro lado, também auxilia a patronal que não quer pagar os Equipamentos de Proteção Individual.

Com o veto, o governo federal propõe que o uso de máscaras no comércio não seja obrigatório. E com isso, se esta lei se fizer valer em território nacional, quer dizer que a patronal poderia ter um dispositivo legal para usar em favor de não ser obrigada a pagar equipamentos de proteção individual. Isto é o que está por trás da decisão de Bolsonaro: maximizar os lucros, os trabalhadores que paguem por conta própria seus EPIs. Assim é como ocorre, aliás, em grande parte das empresas que usam o trabalho precarizado e informal, em especial no caso dos entregadores de aplicativo – o Breque dos Apps deste dia primeiro tinha, entre suas reivindicações, a exigência que empresas como Ifood, Uber Eats e Rappi, a pagar pelas máscaras e equipamentos de proteção dos trabalhadores da entrega.

Além disso, a não obrigatoriedade do uso de máscaras nas escolas, tendo em vista que em diversos locais está havendo liberação para volta às aulas, é simplesmente criminoso com dezenas de milhares de crianças e com os profissionais da educação, tendo em vista a tendência exponencial de contágio nas salas de aulas lotadas das redes pública e privada. O contágio nas escolas, que não deveriam voltar às aulas quando o Brasil bate recorde de número de mortos, passará imediatamente para as casas já que as crianças, quando saem das escolas, voltam para suas famílias.

Bolsonaro mostra mais uma vez que torce pelo contágio total. O programa de Bolsonaro e Paulo Guedes é bastante claro: que morram o máximo possível de trabalhadores logo, que a pandemia contamine todo mundo logo, e que o capitalismo siga funcionando neste período, com os trabalhadores sofrendo exploração em meio à pandemia, sendo jogados à própria sorte tendo somente um auxílio de R$ 600,00 e olhe lá, auxílio que muitos tem dificuldade de receber.

Enquanto isso, Bolsonaro aumentou o vencimento dos militares, e fechou um acordão com o STF para se segurar em meio às acusações ao seu filho, Flávio e seu funcionário Queiroz que está preso. Um grande acordo para que a patronal siga lucrando. Frente à esta realidade, uma frente “direitos já” aonde cabe desde o PSOL até setores do empresariado como Luciano Huck, o Itaú e o PSDB, passando pelos partidos tradicionais da conciliação de classes – o Partido dos Trabalhadores e o PC do B – se mostram simplesmente como preparação para o entrave no combate à este governo que joga milhões ao contágio da pandemia em nome dos lucros, mantendo a agenda de cortes e privatização de Paulo Guedes.

Fonte: Esquerda Diário

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

 

 

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