AMORES-SEMENTES é poesia que germina do recôndito da alma. É poesia da lavra, da vivência e lembranças da autora. Amores e sementes que se plantados serão colhidos, assim como a algodão. Este poema propicia memória, saudade e transmutação.
Por Rejane Araújo
O ronronado da linha na máquina de costura.
Sinfonia de fios e carretéis. A memória do algodão.
O tecido das lembranças a carecer lágrimas.
Mantas rústicas com línguas ásperas roçam a pele.
Tocam nevralgias e saudades.
Escarafuncham feridas e ausências.
A roda a fiar a sorte.
Amores-sementes dormem no leito macio da terra úmida.
Amores-sementes esperam tempos propícios pra germinar.
Amores-sementes querem virar flores de algodão.
No tear das ilusões, o algodão trama tecidos que agasalham e abraçam madrugadas plenas de esperanças.
Rejane Araújo – Arte-Educadora e Arteterapeuta Junguiana, paraibana de Lagoa de Cozinha, descobriu no Cerrado uma beleza rústica e apaixonante. Escreve como forma de falar da multiplicidade da vida e de expressar as vozes que habitam o mais profundo do seu ser.
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