O Acordo Ortográfico de 1990, que institui novas regras na escrita do português, tem sido alvo de debates e controvérsias desde que foi editado.
Língua oficial de oito países (Portugal, Brasil, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Timor-Leste), o português é o sétimo idioma mais falado no mundo. O Acordo surgiu sob o argumento de que era preciso uniformizar a escrita, para facilitar o intercâmbio cultural entre os países lusófonos.
Começam aí as controvérsias. Não há como uniformizar a escrita de línguas diferentes. Ou acaso há quem discorde de que o português de Portugal é uma língua diferente do português do Brasil, por exemplo? Fôssemos falar em controvérsias, haveria outras tantas. De qualquer modo, com essa “uniformização” nossa língua passa a ser usada em eventos internacionais, onde se perguntava sempre: qual português? Isso é um ganho e tanto. E ainda assim pode haver discordância.
Mas qualquer avanço nessa seara soaria extemporâneo. O fato é que o Brasil é signatário do texto, o Acordo é lei, de cumprimento obrigatório. E mais: por aqui, as mudanças são mínimas, já praticamente assimiladas. Ponto.
Em uso desde 2009 no Brasil, as novas regras passaram a ser obrigatórias desde o primeiro dia de 2016 e instituem mudanças em apenas 0,5% das palavras do léxico nacional. Em Portugal e nos restantes países lusófonos, as mudanças afetarão cerca de 1,6% do vocabulário total.
Principais mudanças
Ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas permanecem acentuados: herói, constrói, dói, chapéu, troféu, céu etc.
1. Não se acentua o “u” tônico das formas verbais rizotônicas (sílaba tônica na raiz), quando precedido de “g” ou “q” e antes de “e” ou “i”: argui, apazigue, averigue, enxague etc.
2. Não se acentua o “u” e o “i” tônicos precedidos de ditongo em palavras paroxítonas (feiura, bocaiuva, baiuca).
Um jeito rápido e fácil de dirimir as dúvidas é buscar ajuda no VOLP – Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, disponível em www.academia.org.br.