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Faxina Geral!

Faxina Geral!

Estava eu chegando ao meu andar, no bloco em que moro, e me dei com duas funcionárias lavando o corredor. “Bom dia” pra lá e pra cá…

Por Antonio Villareal 

Mas, como somos amigos, falamos da importância de lavar o corredor. Na conversa, disse: “ — Agora todos estamos valorizando a limpeza, né? A profissão de vocês é a mais importante do bloco. De todos que aqui moram, inclusive eu”. Sorriso em todos nós.

A importância da limpeza em nossas vidas pode ser mensurada ao observar, na história da humanidade, o fato de que encontramos em todas as religiões ritos que lavam e purificam nossos espíritos.

A limpeza varia de acordo com a localização da sujeira, a sujidade. A impureza encontra-se no domicílio, na vizinhança, no trabalho, na natureza e dentro de nossos pensamentos.

E as formas de eliminá-las vão depender do tipo e do tamanho das impurezas. Sabão, detergente, orações entre outras formas de limpar são utilizadas.

Mas, antes de tudo, é preciso ter uma boa estrutura para usar os produtos de limpeza. Por isso, um serviço de assistência e de suporte são essenciais à boa limpeza.

Imagine o serviço de limpeza de um hospital! Muitos protocolos e atenção constantes. Pense num ambiente maior, como uma indústria. Pense na natureza, com seus rios, florestas, flora e fauna. É preciso deixar limpos todos os ambientes em que vivemos.

Precisamos também ter uma especial atenção ao próximo de nós: família, amigos, vizinhos, colegas de trabalho, e aos que estão longe, mas, no mesmo planeta.

É lavando, esfregando, varrendo e tendo atitudes limpas. Lembrem-se de nunca jogar a sujeira debaixo do tapete, assim não resolve o problema da limpeza.

É um problema sério não ter atitude quando encontramos uma sujeira. Nossas atitudes
dependem de uma consciência corajosa, que nos oriente nossa alma a estar sempre
reconhecendo ações negativas. Erros e sujeiras sempre estarão presentes, mas precisamos
estar sempre alertas.

Ter um espírito limpo de impurezas, como, indiferença, ódio, racismo, negacionismo, entre muitas outras sujidades, ajudam-nos a ter segurança e capacidade de limpar. Se procuramos limpeza interior e exterior baseado no amor ao próximo, na sociedade justa, fraterna para todos, nas atitudes positivas, venceremos qualquer pandemia, qualquer injustiça social. Então, a palavra de ordem é limpar! Lavar! Varrer!

Brasília, 18 de julho de 2021

Antonio Villarreal

Block

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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