Para o ex-prefeito de São Paulo e candidato nas eleições presidenciais de 2018 Fernando Haddad, o plano do PT lançado nesta segunda-feira (21), chamado Plano de Reconstrução e Transformação do Brasil, é uma alternativa à “tragédia” e ao “descalabro” representados pelo governo Bolsonaro. “Estamos fazendo papel de governo, sem sermos governo”, afirmou.
Ele destacou que o país está há quatro anos sem contar com um projeto de desenvolvimento nacional. O último projeto – chamado Ponte para o Futuro, foi apresentado em 2016, pelo então vice-presidente Michel Temer. Tal “pinguela”, como classificou Haddad, produziu o fim da CLT, das aposentadorias e congelou os gastos sociais por 20 anos.
“O Brasil está há quatro anos perdendo direitos”, afirmou Haddad em defesa do Plano do PT lançado hoje. “De lá para cá, tivemos desemprego, crise sanitária, epidemia, crise de segurança, de infraestrutura e na educação. E não temos um documento para discutir o que queremos e esperamos do Brasil”.
Ele afirmou que o Plano de Reconstrução e Transformação do Brasil passa em revista os principais problemas do país. E vai ser, agora, “aperfeiçoado”, com sugestões dos demais partidos do campo progressista, dos movimentos sociais e da academia.
Haddad também chamou de “vergonha nacional” a visita do secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, a Roraima, na última sexta-feira (18). Ele afirmou que os ataques de Pompeo ao governo da Venezuela são uma “ofensa” ao espírito nacional brasileiro, que sempre foi “construtivo”, do ponto de vista das relações com os seus vizinhos.
Pandemônio
Para o deputado federal Marcelo Freixo (Psol-RJ), “defender a democracia, hoje, no Brasil, é defender a vida”. Ele afirmou que, além da pandemia, o país passa por um “pandemônio político”, em alusão ao governo Bolsonaro. Mas alertou que Bolsonaro chegou ao poder também em função dos erros cometidos pelos esquerda, “pelos nossos erros, de todos nós”.
Ele saudou o PT como um partido que tem “grandeza”. E classificou o plano do PT apresentado como “robusto”. “É importante o papel que o PT assume nesse momento, de chamar a sociedade. Temos que ter um projeto de país, um projeto de
Ação
Para o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), o plano petista tem “ideias valiosas”, “prioritárias” e “emergenciais”, para a proteção dos brasileiros. Ele destacou, em especial, a proposta de expansão do auxílio emergencial até o fim da pandemia. Bem como defesa da revogação da Emenda Constitucional (EC) 95, que instituiu o Teto de Gastos.
Além disso, Dino disse que o documento também é um chamado à ação. Deve servir como baliza para “pactos progressistas” na eleições municipais que se avizinham. Também terá a utilidade de levar as discussões dos partidos progressistas para além dos próprios “convertidos”. “Não basta que nós falemos para nós mesmos.” Por último, afirmou que o documento tem a “força vital” de levar “esperança, fé, confiança e otimismo” para o povo brasileiro.
Já o ex-senador Roberto Requião (MDB-PR) disse que é “perfeita” a análise do cenário mundial que traz o plano, “com a prevalência do capital financeiro sobre governos, sindicatos e a vida dos povos”. Mas cobrou mais ousadia nas medidas econômicas, como a reversão das privatizações das empresas públicas – em especial as subsidiárias da Petrobras –, além da retirada do Banco Central (BC) “das mãos dos banqueiros”.
Trabalho e comida
O presidente da CUT, Sergio Nobre, afirmou que “a classe trabalhadora vive hoje o seu pior momento”. Além de classificar Bolsonaro como um “governo de destruição”, ele afirmou que o Brasil caminha para registrar recorde de desemprego. “E não temos ministro do Trabalho”. Nobre destacou a falta de resultados em políticas desempenhadas pelas antigas pastas – Trabalho, Previdência, Planejamento e Indústria e Comércio – que foram fundidas no ministério da Economia. “Guedes tem cinco ministérios, e não toca nenhum”, criticou.
O secretário-geral do MST, João Paulo Rodrigues, afirmou que o Plano de Reconstrução e Transformação do Brasil deve servir como sinalização na busca por uma sociedade mais justa. “E sociedade mais justa, para nós, é o socialismo. E o socialismo que defendemos é ter a melhoria das condições de vida da população, é acabar com o latifúndio no campo e na cidade, e acabar com a exploração”.
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