O surgimento do Arraial dos Couros (Formosa) é um verdadeiro mistério. Afirmam os historiadores que a data provável de sua criação teria sido em 1749, e que, diferentemente de diversas cidades de Goiás, ele não foi criado tendo como objeto a exploração de ouro, mas sim a pecuária.
Historiadores como Paulo Bertram (2011) afirmam que a criação do Arraial dos Couros está mais ligada ao Arraial de Santo Antônio de Itiquira (extinto por ser um local insalubre): “Em Santo Antônio, muita gente morreu, provavelmente em decorrência de febre amarela, e por isso seus moradores podem ter-se mudado para o Arraial dos Couros, que rapidamente se tornou um lugar destinado ao comércio, onde tropeiros passavam e faziam seus “pousos“.
Outra fonte, Queiros e Steingeber (2007), apud Chauvet (2005), defende a tese de que a formação de Formosa pode ter-se dado pela ocupação de quilombolas (escravos livres a partir da fuga) ou negros forros (com liberdade formalizada). Contudo, a chegada do homem branco se deu com a posse das terras através das Cartas das Sesmarias, obtidas com o objetivo de estimular a lavoura de subsistência e a criação de gado.
Possivelmente, o primeiro sesmeiro do Arraial foi Manoel Barros Lima. Porém, há registros de que, mesmo antes do surgimento do Arraial, Manoel d’Almeida recebera duas licenças de Sesmaria. De fato, a produção agrícola e pecuária trouxe grande prosperiadade para Formosa, pois as fazendas são empreendimentos muito mais duradouros do que o garimpo. Algumas dessas fazendas perduram até os dias de hoje.
O Arrail dos Couros se transformou em Julgado em 12 de aril de 1834. Em 1843, o povoado passou a ser denominado Vila Formosa da Imperatriz, vindo a fazer parte da Comarca de Santa Cruz. Em 1877, foi elevado à categoria de cidade. Por fim, tornou-se Formosa, sendo desmembrada do município de Planaltina no século XIX e de Cabeceiras de Goiás em 1958.
Fonte: “A Verdade sobre a Escravidão Negra – Relatório Final da Comissão da Verdade sobre a Escravidão Negra no Distrito Federal e Entorno”, págs.77, 78. Sindicato dos Bancários, Brasília, 2017.
Notas da Xapuri:
- O historiador formosense Samuel Lucas informa que a terminologia correta é “Arraial de Couros“. Fizemos a correção no título e mantivemos no corpo do texto, por ser documento já publicado e de domínio público.
- O advogado formosense Heli Dourado questiona o processo de desmembramento de Formosa de Planaltina e Cabeceiras. Também, pelo texto fazer parte de livro publicado, mantemos a informação no formato original.
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Verdade, Samuel. Gratidão pelo comentário!
Salve, Samuel
Gratidão pelos comentários e correções. Também nos incomoda, porque houve presença de povos originários em nossa região bem antes do Arraial de Couros e do povoado de Santo Antonio. Fazendo as sugestões que você sugeriu.
Nobre Eduardo, ainda ficaram alguns poucos, passei para Zezé.
Texto muito bom! Agora algo que sempre me angustiou e que inclusive me levou a estudar a história de Formosa é a afirmação de que somos descendentes do Arraial Santo Antônio do Itiquira…
Se nosso arraial foi instalado em 1749 e o arraial Santo Antônio do Itiquira foi instalado em 1753, não tem como comprovar essa teoria defendida por alguns historiadores…
Agora uma coisa é certa: nosso desenvolvimento urbano se deu através deles que, quando viram a peste afetando o arraial, na fuga se alojaram em nosso arraial formando assim a primeira rua de Formosa: a rua dos Criôlos (hoje Alves de Castro)
Abraços
Salve Salve
Salve, Frederico. Estava mesmo, um horror, gratidão por nos informar! Checamos aqui e o sistema publicou o rascunho, em vez da versão final. Acho que corrigimos tudo, mas se ainda encontrar algo errado, por favor nos avise! Grato abraço.
O texto está com erros de português !!! No mais , muito bom .