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Artistas convocam população para ato em Brasília contra PL do Veneno

Artistas convocam população para ato na Esplanada contra PL do Veneno

Artistas convocam população para ato na Esplanada contra PL do Veneno

Já são 30 artistas confirmados. Com Caetano Veloso puxando o bloco, veremos Anitta, Nando Reis, Criolo, Daniela Mercury, Seu Jorge, Bela Gil, Letícia Sabatella, Maria Gadu, Emicida e muitos outros. O ideal é que também cantem – afinal, haverá trio elétrico -, mas isso ainda não está confirmado…

Por Nilo Bairros/via Portal Vermelho

 O fato é que eles vão se manifestar no gramado em frente ao Congresso, na Esplanada dos Ministérios, na próxima quarta-feira (9), às 15h, logo depois de uma audiência com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. E o pedido é um só: que a população abrace essa causa. Afinal, como adverte o manifesto sobre o Ato pela Terra, logo em sua abertura, “a democracia, os direitos humanos, o meio ambiente e a saúde da população brasileira, entre diversas outras agendas, estão sob ataque incessante desde que Jair Bolsonaro assumiu a Presidência da República”.
O alvo dos artistas e das entidades é o chamado Pacote da Destruição, composto por projetos de lei que estão no Senado. Entre eles, o PL do Veneno (PL 6299/2002), que substitui a lei atual para facilitar a liberação de agrotóxicos, tirando de cena órgãos técnicos responsáveis pela análise dos riscos desses produtos. Também estão na mira os PLs da Grilagem (PLs 2633/2020 e 510/2021), que, sob o figurino da regularização fundiária, legalizam o roubo de terras públicas, estimulam desmatamento, novas invasões de grileiros e conflitos no campo. A legião de vozes afinadas também vai ecoar contra propostas (PLs 490/2007 e 191/2020) que alteram a demarcação das terras indígenas e legalizam a invasão dessas áreas pelo garimpo.
Pelas redes sociais, Caetano Veloso fez um chamamento à população para comparecer ao Ato: “o #PacoteDaDestruição é uma ameaça à vida. É uma emergência política, prática, pragmática. Temos de nos posicionar claramente contra ele. Eu acho que está na hora de a gente se manifestar na rua, botar a cara na rua. Então eu vou estar em Brasília, em frente ao Congresso, às 15h, no dia 9 de março. E colegas meus também estarão lá, para o meu orgulho e minha honra”. Vários artistas e entidades replicaram e se somaram ao convite. MST, Greenpeace, Via Campesina, Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, Coordenação de Articulação das Comunidades Negras Quilombolas, Instituto Socioambiental, SOS Mata Atlântica, entre muitos outros.
Antes do Ato pela Terra, na audiência com o presidente do Senado, artistas e representantes dessas entidades vão tentar buscar de Rodrigo Pacheco a garantia de que “nenhuma proposta seja colocada em votação até que esteja alinhada com o que diz a ciência, com as demandas e necessidades das populações tradicionais e do campo e à luz da emergência climática que vivemos”, anuncia o manifesto, que complementa: “cada um desses projetos retira dos brasileiros um pedaço de seu futuro”. A reunião, que deve acontecer no Salão Negro do Congresso, servirá também para pressionar parlamentares diretamente ligados aos temas. É o caso do presidente da Comissão de Agricultura, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), que vem sendo emparedado por ruralistas e governistas para colocar logo em votação os projetos que legalizam a grilagem de terras, e do relator das duas propostas, senador Carlos Fávaro (PSD-MT). Também é aguardada a confirmação de audiência dos artistas com ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
Mais agressões

O governo dá sempre mais motivos para engrossar a manifestação da próxima quarta-feira. Nos últimos dias, Bolsonaro defendeu explorar terras indígenas para buscar potássio, necessário à produção de fertilizantes. A declaração, que soou como resposta à crise de abastecimento desses produtos, que se avizinha em razão do conflito entre Rússia e Ucrânia, rima mesmo é com projeto tocado desde 2019 pelo governo para escancarar reservas indígenas à atuação de grandes mineradoras. Com o lobby bem sucedido de gigante canadense do setor, a ala militar do governo vem abrindo espaços entre ministérios para fazer prosperar a invasão dessas terras, principalmente próximas a Altamira (PA), na região conhecida como Volta Grande do Xingu.
Sobre a dependência de insumos para a produção agrícola, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que foi um erro acabar com a fabricação nacional de fertilizantes, medidas tomadas pelos governos Temer e Bolsonaro.  Essa indústria foi implantada nos governos do PT por meio de fábricas apoiadas pela Petrobras localizadas em cinco estados, fora da Amazônia. Pelas redes sociais, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) lembrou o motivo dessa paralisação: “ministra Tereza Cristina, nós paramos de produzir fertilizantes nos governos Temer/Bolsonaro em razão de uma política que coloca a Petrobras a serviço dos acionistas privados em detrimento da soberania. Avisamos, mas a ganância foi maior do que o interesse nacional”.

Fonte: PT no Senado

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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