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Educação e Luta: o Legado de Paulo Freire

Educação e Luta: o legado de Paulo Freire

Live Solidária 02/02/22 – RESUMO

Mediadora Iêda Vilas Bôas conversa com Karla Teixeira

“A leitura do mundo precede a leitura da palavra”.
A Palavramundo precisa ser levada a todos alunos. Assim começou este bate papo entre duas amigas, que pareciam estar sentadas na sala, com uma xícara de cafezinho coado na hora. Karla Teixeira fala com propriedade sobre Educação e Luta sob a perspectiva do Legado de Paulo Freire.
O sociólogo, educador e maior pensador da Educação de quem temos notícias fez 100 anos em 2021 e no Brasil, sequer foi comemorado. Paulo Freire é o brasileiro com mais homenagens pelo exterior. Só títulos Honoris Causa possuiu 28, mas por aqui o (des)governo resolveu acabar com o pensamento e ideologia freireana. Karla traz para a conversa a importância de (re)existir, de resistir, de enfrentar um comportamento que estava abafado e encontrou eco no governo atual.
Iêda e Karla falam espontaneamente de suas práticas educacionais e do que pretendem para a educação: que seja emancipadora, seja ressignificada, para que o sujeito seja aprendiz e professor, enquanto cidadão político.
Karla teixeira fala ainda, da necessidade de que sejam criadas políticas públicas para povos tradicionais. Traz também uma reflexão sobre o latifúndio educacional, mas entende que devemos e podemos reverter o grave e triste quadro em que se encontra a educação brasileira. O ano será para mudanças. Precisamos colocar uma pessoa que pense na educação como ferramenta de mudança e transformação social.

[authorbox authorid=”” title=”Sobre a Autora”]

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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