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Haddad, ao #BozEsgoto: “Retire-se!”

Haddad, ao #BozEsgoto: “Retire-se!”

Bolsonaro sugere que, como o brasileiro já vive no esgoto e não pega nada, ele deve ser imune ao coronavírus! Retire-se, Bolsonaro!”

Eu seu tuiter, Fernando Haddad elevou o tom contra o destemperado desrespeito do presidente que, segundo o líder indígena Davi Yanomami, é um xauara, “aquele que tem o pensamento adoecido.”

Na contramão do planeta, o presidente do Brasil vem, sistematicamente, desrespeitando as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do próprio Ministério da Saúde, que recomendaam o distanciamento social e a quarentena como forma de achatar a curva de contágio do coronavírus para que não faltem leitos nos hospitais para as milhares de pessoas que precisarão deles nas próximas semanas e meses.

Nesta quinta-feira, 26 de março, o presidente da Câmara dos Deputados explicou, sem meias palavras, as razões do destempero do presidente xauara para romper a quarentena e colocar em risco a vida de milhares de brasileiros e brasileiras: “pressões do mercado, gente que investiu na bolsa, correu o risco e agora não se conforma com as perdas,”, explicou Maia durante conferência de imprensa.

Cirúrgico, com seu tuíte Haddad ecoou o sentimento de boa parte da população brasileira: “Retire-se, Bolsonaro!”

Veja o Twitter de Fernando Haddad:

Fernando Haddad
@Haddad_Fernando

Bolsonaro sugere que, como o brasileiro já vive no esgoto e não pega nada, ele deve ser imune ao coronavírus! Retire-se, Bolsonaro!

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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