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Professor indígena Marcondes Namblá assassinado em Santa Catarina

Professor indígena Marcondes Namblá assassinado em Santa Catarina

O líder indígena Marcondes Namblá, do do povo Laklãnõ-Xokleng, da Terra Indígena Laklãnõ, da aldeia que fica em José Boiteux, no Vale do Itajaí, foi espancado até a morte em Penha, no litoral norte de Santa Catarina, no dia 2 de janeiro deste ano que se inicia. Nambiá tinha 38 anos, era casado e tinha cinco filhos.

Marcondes era professor na escola indígena José Boiteux laklano. Era orientador e lutava para fortalecer a língua Xokleng. De acordo com colegas, ele atuava como juiz na aldeia. Fazia trabalho voluntário e era formado no curso Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Por meio de nota, a equipe de coordenação do curso Licenciatura Intercultural Indígena da UFSC prestou homenagem a Marcondes Namblá. Veja a nota:

PERDEMOS MARCONDES

Perdemos todos com a partida brusca, trágica e inadmissível de Marcondes Namblá, ocorrida em 02 de janeiro de 2018. Estamos de luto, sentindo profunda amargura e consternação.

Marcondes, pertencente ao povo Laklãnõ-Xokleng da Terra Indígena Laklãnõ, Alto Vale do Itajaí, integrou a primeira turma do curso Licenciatura Intercultural Indígena da UFSC, cuja formatura ocorreu em abril de 2015. Em seu Trabalho de Conclusão de Curso pesquisou e trabalhou o tema Infância Laklãnõ e a prática dos banhos nos rios, obscurecidos pela construção da Barragem Norte.

Em suas Considerações Finais aponta: “Espero que essa reflexão possa contribuir para a construção de um novo pensamento em busca de alternativas para a resolução dessa problemática que hoje está instituída entre os Filhos do Sol e que os Espíritos da Natureza estejam conosco nos direcionando para o caminho certo.”

Marcondes era uma liderança expressiva e ora exercia o cargo de juiz na Terra Indígena. Era exímio falante da língua Laklãnõ e dominava a sua escrita e compreensão. Era professor na Escola Laklãnõ.

Perdemos a criatividade, o brilhantismo, a originalidade e sensibilidade, o empenho, o vigor e os horizontes de Marcondes. Ficamos com a memória, feitos, reflexões, sua alegria, competência e habilidade.

Equipe de coordenação do curso Licenciatura Intercultural Indígena.

UFSC, 03 de janeiro de 2018.

De acordo com informações da amiga e parceira de trabalho da vítima, Janaina Hubner, o colega teria ido trabalhar com um grupo no Litoral Norte, para vender picolé. Marcondes havia saído sozinho para caminhar e ver a festa de Réveillon, mas não retornou. No dia seguinte, os companheiros descobriram que ele estava no hospital.

Conforme imagens de câmeras de monitoramento, Namblá foi espancado na rua, na madrugada de 1º de janeiro, por um homem que estava com um pedaço de madeira. A agressão começou depois que os dois conversaram. Ele foi atingido na cabeça e caiu, continuando a apanhar em seguida.

O agressor foi embora mas, ao perceber que o índio ainda estava se mexendo, voltou e continuou a espancar a vítima. Namblá foi encontrado desacordado ainda na madrugada por volta das 5h, na avenida Eugênio Krause, no bairro Armação. A Polícia Militar disse que, inicialmente, pensou que o indígena estava bêbado. Ele foi levado para atendimento no Hospital Marieta Konder Bornhaunsen, em mas não resistiu.

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