Pedro Castillo sob cerco no Peru
A fragilidade das instituições é a marca do Peru, hoje, em 2021. É o que analisa o cientista político e professor da Universidade Federal de Goiás UFG Carlos Ugo Santander…
Por Renato Dias
A fragilidade das instituições é a marca do Peru, hoje, em 2021. É o que analisa o cientista político e professor da Universidade Federal de Goiás UFG Carlos Ugo Santander. Graduado em Ciências Sociais, no Peru, com mestrado no México, doutorado no Brasil, além de pesquisa pós – doutoral na Itália. Uma democracia com baixa densidade, denuncia. O professor e sindicalista Pedro Castillo, com uma plataforma republicana, não patrimonialista, de esquerda, ganhou, no segundo turno, as eleições presidenciais, diz a www.renatodias.online.
Keiko Fujimori, derrotada, de extrema-direita, quer anular as eleições, diz. Com o suporte dos conglomerados de comunicação, fuzila. Para impedir a posse de Pedro Castillo, pontua o docente. Uma tentativa de golpe, sublinha. A acusação de suposta fraude é falsa, não reconhecida pelos observadores internacionais, reclama. As elites do Peru atropelam o processo democrático, alerta. Pedro Castillo não é terrorista, nem estabelecerá uma República Venezuelana e propõe a convocação de uma Assembleia Constituinte com plebiscito nacional popular, ele atira.
Uma eleição, com dois projetos, explica Euler Ivo Vieira. Populares versus conservadores, examina o enragé de 1968. Pedro Castillo deveria elaborar um programa de 100 dias para reduzir as desigualdades econômicas, sociais e regionais, com auxílio emergencial sob a Pandemia do Coronavirus Covid 19, relata. É estratégico ampliar a sua capilaridade social e bases políticas e parlamentares, para garantir a governabilidade e promover as mudanças, diz. A realização de uma Assembleia Nacional Constituinte é parte do programa, frisa o analista de cenários políticos.
Já o historiador Clayton de Souza Avelar detecta polarizações entre a esquerda e a extrema-direita. O que perpassa toda a América Latina, hoje, insiste.Pedro Castillo deve se opor à hegemonia do mercado, recusar a agenda neoliberal e cumprir o programa apresentado na campanha eleitoral, afirma. O pesquisador lembra que a extrema-direita latino-americana tem tradição fascista, autoritária, de não respeitar a democracia. O Peru continuará sob tensão política, crê o estudioso radicado em Brasília. A capital da República. Sob Jair Messias Bolsonaro.
O marxista Pedro Castillo, no Peru, derrotou, nas urnas, os fascistas internos e externos, dispara o professor de História Reinaldo de Assis Pantaleão. Uma vitória política e eleitoral dos trabalhadores, conta. As direitas tentarão impedir a posse e boicotar a agenda de transformações do novo governo, aposta. A situação é explosiva, define – a Cristiano Rodrigues, jurista. O Peru dividiu-se, resume. A tradição de golpes ronda a América Latina, sintetiza. À direita, projeta o operador do Direito. Anistiado político no Brasil. Vítima da ditadura civil e militar.
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