Brasil, EUA e Canadá são bons exemplos do impacto relevante da imigração na vida dos países. A história mostra que imigrantes e refugiados sempre buscam contribuir com a nova pátria. Logo na segunda geração e em todas as seguintes, seus descendentes estão suficientemente adaptados à forma de vida do país que os acolheu.
Com o ressurgimento do nacionalismo, sobretudo na Europa e nos EUA, diminui a compreensão da importância dos imigrantes, mas é sabido e reconhecido o quanto os imigrantes europeus, asiáticos, latinos e africanos contribuíram para o êxito socioeconômico dos EUA; como os turcos contribuíram para a fortaleza que é a Alemanha; como os africanos do Magreb e depois os originários do sul do Saara contribuíram para o fortalecimento da França.
Agora em 2018, na Copa Mundial na Rússia, a França, grande campeã, venceu o campeonato com seus jogadores franceses de pais africanos e asiáticos, jogadores com famílias originárias de 17 países, cada um com sua herança cultural e social que, na soma de seus valores, formaram uma equipe integrada e vencedora.
São eles: Paul Pogba, Guiné e Congo; Steve Mandanda, Congo; Presnel Kimpembé, Congo e Haiti; Kylian Mbappé, Camarões e Argélia; Ngolo Kanté, Mali; Samuel Umtiti, Camarões; Rafael Varene, Martinica e França; Blaise Matuidi, Angola e Congo; Adil Rami, Marrocos; Ousmane Dembelé, Mauritânia e Mali; Nabil Fekir, Argélia; Corentin Tolisso, Togo; Benjamin Mendy, Costa do Marfim; Thomas Lumar, Nigéria; Alfonse Areola, Filipinas; Djibril Sidibe, República Democrática do Congo.
Mas será que essa seleção multiétnica poderá contribuir para uma nova consciência? Ou predominará a opinião oposta, a de que a imigração só prejudica? Poderá a vitória francesa servir para que os racistas do mundo se convençam de que quem ganha em campo pode contribuir para um mundo mais justo e mais igual em qualquer parte do mundo?
Ao celebrar a vitória, o meio-campista Paul Pogba, orgulhoso de sua origem africana, entregou à sua mãe, imigrante da Guiné, a taça da Copa do Mundo para que ela a erguesse. Oxalá neste gesto simbólico esteja o caminho para que a França possa conquistar seu ideal histórico da tão sonhada “igualdade, liberdade e fraternidade”. Oxalá a vitória de uma seleção multiétnica no coração da Europa abra espaços para um mundo mais igualitário e menos racista!
Joseph S. Weiss, Ph.d.
Economista. Humanista.
Militante dos Movimentos
Ambiental e Social.