Quando a dor é preta, não viraliza
Por PRETA RARA Rapper, turbanista, professora de história, modelo Plus Size, poetisa, idealizadora da página Eu Empregada Doméstica e proprietária da marca “Audácia Afro Moda”.
Se depender da comoção das grandes mídias sobre o que acontece no continente africano, ficaremos na mesma sem saber o que se passa do lado de lá.
Parte de Moçambique, Zimbábue e Malaui foram devastadas na semana passada pelo Ciclone Idai que deixou mais de 600 mortos e milhares de pessoas que perderam plantações e suas casas.
As agências da ONU e ONG estão se esforçando para que a ajuda humanitária chegue para essas pessoas.
Crianças que perderam seus pais, pais que perderam seu filhos, intensificou os casos de cólera e malária e a água potável está contaminada devido vários corpos em decomposição.
E eu não vejo filtro de Facebook, banner no Instagram, hashtag bombada no Twitter e em nenhum local pedindo ajuda pra esse desastre gigantesco da natureza.
Cadê o Pray for Moçambique?
Agora se fosse na França, EUA e nas Europa toda, o mundo já tinha parado e estaríamos pelas ruas falando sobre isso.
O onda racista está no mundo e dor do povo preto afeta só o povo preto mesmo.
O que o mundo gosta é da cultura, música, dança, comida, hipersexualização de mulheres e homens africanos, menos da vida dos africanos, com isso ninguém se importa.
Racismo estrutural é isso também.
Existem tecnologias que avisam quando um desastre está por vir, mas em África não se investe só exploram e se apropriam de tudo que tem por lá.
Fonte: Midia Ninja
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