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Francisco Brennand: Mais uma estrela para o Universo. Encantou-se aos 92 anos, o grande artista plástico.

Aos 92 anos, morre o artista plástico Francisco Brennand

O artista plástico Francisco Brennand morrreu na manhã desta quinta-feira (19). Ele estava internado no Real Hospital Português após ser diagnosticado com um quadro grave de pneumonia.

A informação foi confirmada por um amigo do artista. Em nota, o Hospital informou que o ceramista estava internado há 10 dias. O corpo de Brennand será velado a partir das 16h na Capela Imaculada Conceição, na Oficina de Cerâmica Francisco Brennand, no bairro da Várzea.

A cerimônia será aberta ao público e, às 20h será celebrada uma missa de corpo presente no interior da capela. A cremação será realizada nesta sexta (20), no Cemitério Morada da Paz, em Paulista.

 

Francisco de Paula Coimbra de Almeida Brennand iniciou a sua formação artística em 1942, aprendendo a modelar com Abelardo da Hora (1924).

Em seguida, recebeu influências de pintura de Álvaro Amorim e Murilo Lagreca. Em seus quadros, estão presentes flores e frutos que parecem flutuar no espaço, explorando o uso de linhas simplificadas e cores puras.

O gosto pela cerâmica foi incentivado por obras de Pablo Picasso, Joán Miró e Léger que teve contato durante uma estada em Paris.

Ceramista, escultor, desenhista, pintor, tapeceiro, ilustrador e gravador, Brennand iniciou a restauração da Oficina de Cerâmica Francisco Brennand, no Bairro da Várzea, na zona Oeste do Recife, ainda em 1971, quando transformou a velha olaria, propriedade do pai, em ateliê. No local, estão expostos permanentemente objetos cerâmicos, painéis e esculturas.

NOTA DO REAL HOSPITAL PORTUGUÊS
Francisco de Paula Coimbra de Almeida Brennand, 92 anos, faleceu nesta quinta-feira (19/12), por volta das 11h, em decorrência de complicações de uma infecção respiratória. Ele estava internado no Real Hospital Português há 10 dias. Velório será realizado na Capela Imaculada Conceição, na Oficina Cerâmica Francisco Brennand.
 
 
 
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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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