Morreu a Preta da Maré, a Negra fugida da Senzala –
Por: Anielli – Poeta de Volta Redonda
Morreu.
Morreu a preta da maré,
a negra fugida da senzala
que foi sentar com “os dotô”
na sala
e falar de igual pra igual com
“os homi”
A negra que burlou a fome
do saber
que fez crescer dentro dela
o conhecimento
Aquela, que por um momento de
humanidade
sonhou com a justiça,
lutou por liberdade
e ousou ir mais alto
do que permitia sua cor.
“Mas preta sabida, não pode!
Muito menos pobre.
Não tem valor.”
Diziam as más línguas
na multidão
E ela ousou tirar seus pés
do chão
Morreu.
Morreu a “preta sem noção”,
que falava a verdade
na cara do patrão
que carregava a coragem
como bagagem,
no coração.
O tiro foi certo.
acertou com maldade,
ecoando seco
no centro da cidade.
ANOTE:
Ilustração: do twitter. foto: Intercept
Poema recebido via zap do amigo Chico Floresta.
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