O Jalapão é um paraíso natural de cerca de 30 mil km2, localizado entre os municípios de Lagoa do Tocantins, Novo Acordo, Lizarda, Ponte Alta, Santa Tereza, Mateiros e São Félix do Tocantins, na região leste do estado do Tocantins, onde o calor mantém-se constante ao longo do ano em cerca de 30 graus.
Além da riqueza dos seus belíssimos campos de capim dourado, o encontro de suas muitas falésias com a profusão de cachoeiras e dunas de areias douradas (com até 30 metros de altura) faz do Jalapão roteiro inadiável para as pessoas amantes do ecoturismo.
Segundo as empresas de turismo que operam na região, o melhor período para visitar o Jalapão é de maio a novembro, durante o período da estiagem, quando as chuvas menos constantes permitem uma visão mais detalhada das maravilhas da região.
No Jalapão, pode-se transitar entre as dunas de areia fofa ou fazer rafting pelo Rio Novo; ou apreciar as águas azuis da cachoeira da Formiga; ou observar o Fervedouro, onde a pessoa por mais que queira não consegue afundar por conta do fenômeno chamado de ressurgência, por meio do qual a pressão da água que sobe do fundo da lagoa impulsiona a pessoa para cima. E pode-se muito mais. Mas, para isso, recomenda-se o uso de veículos traçados e a reserva de vários dias para visitar com calma as belezas do local, em especial as famosas Dunas do Jalapão.
COMO CHEGAR
O ponto de partida para o Jalapão é sempre Palmas, a capital do Tocantins.
De Palmas, segue-se 64 Km pela TO-050 até Porto Nacional e de lá para a cidade de Ponte Alta, considerada a entrada do Jalapão. Já na região, basta seguir para os atrativos, sempre em estradas de terra.
Outra alternativa de traslado é sair de Palmas sentido Norte, pela TO-020, até o município de Novo Acordo em uma viagem de 108 Km. Também pode-se seguir pela TO-030 (100 km de extensão), interligação com o distrito de Taquaruçu, ainda em Palmas, até Santa Tereza do Tocantins.
A hospedagem e a alimentação podem ser feitas nas pousadas e hotéis da região. Os roteiros podem ser realizados em companhia de guias turísticos, contratados no próprio Jalapão. Para mais informações, acessar o site oficial: www.jalapao.to.gov.br
Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana do mês. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN Linda Serra dos Topázios, do Jaime Sautchuk, em Cristalina, Goiás. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo de informação independente e democrático, mas com lado. Ali mesmo, naquela hora, resolvemos criar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Um trabalho de militância, tipo voluntário, mas de qualidade, profissional.
Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome, Xapuri, eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás de grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).
Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, praticamente em uma noite. Já voltei pra Brasília com uma revista montada e com a missão de dar um jeito de diagramar e imprimir.
Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, no modo grátis. Daqui, rumamos pra Goiânia, pra convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa para o Conselho Editorial. Altair foi o nosso primeiro conselheiro. Até a doença se agravar, Jaime fez questão de explicar o projeto e convidar, ele mesmo, cada pessoa para o Conselho.
O resto é história. Jaime e eu trilhamos juntos uma linda jornada. Depois da Revista Xapuri veio o site, vieram os e-books, a lojinha virtual (pra ajudar a pagar a conta), os podcasts e as lives, que ele amava. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo a matéria.
Na tarde do dia 14 de julho de 2021, aos 67 anos, depois de longa enfermidade, Jaime partiu para o mundo dos encantados. No dia 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com o agravamento da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.
É isso. Agora aqui estou eu, com uma turma fantástica, tocando nosso projeto, na fé, mas às vezes falta grana. Você pode me ajudar a manter o projeto assinando nossa revista, que está cada dia mió, como diria o Jaime. Você também pode contribuir conosco comprando um produto em nossa lojinha solidária (lojaxapuri.info) ou fazendo uma doação via pix: contato@xapuri.info. Gratidão!
Zezé Weiss
Editora