TREMELIQUES DE JAMBÚ –
Por: Maria Maia
tremeliques de jambú
Manaus, Rio Branco, Belém
cidades q me convêm:
vou-me embora
vou-me embora
Macunaíma me espera
e a paixão me devora
ah! Ver-o-Peso em Belém
maniçoba muçuã
tacacá cupuaçu
patichouli abacaba
tambaqui pirarucu
açaí e graviola
-tapioca e não granola:
flor esta te quero bem
quero te ver de manhã
comer tapioca e cuscuz
fazer teu o meu bem bom
e escutar um bom blues
vamos comer mariola
quero te ver de batom
quero te ver logo agora
enquanto o céu tá azul
arde a noite e a madrugada
quase não penso em nada
já escuto a passarada
abrindo uma linda manhã
embora um pouco tristonha
com emoção tamanha
fumo tabaco orgânico
e dou uns tapas na maconha:
vejo a vida em cor de rosa
faço poesia e não prosa
eu sem vc serei nada?
sem ti talvez eu já fosse:
mas como seria?
Sereia Iara aquosa e porosa
fazendo prosa e não poesia
ser da água noite e dia
nado nadesço no rio
ser forte do Norte
sedenta de melhor sorte
de mais alegria
arde a flor da vida em tom
suave a cor da vida então:
danço no meio-dia
seis da tarde e de manhã
lambada bailo danada
me embaraço nos teus braços
carimbó rodo em afã
de sentir teu corpo lasso
te roubo um abraço
um beijo
nossos corpos como arpejos:
unidos em forte laço
suor com suor em festejo
te envolvo no meu desejo:
nos meus sonhos te enlaço
ANOTE AÍ:
Maria Maia, no livro DESEJANTE. Maria Maia é artista da palavra e da imagem. Dirigiu filmes longa metragem como JK, Um Cometa no Céu do Brasil; Machado de Assis, Alma Curiosa de Perfeição; Glauber; Sousândrade, O Guesa Errante; Drummond, Poeta do Vasto Mundo; Portinari, Poeta da Cor; Darcy, Um Brasileiro e Chico Mendes Vive, entre outros. Publicou poesia em antologias, jornais e revistas. Faz recitais. É mestre em Chi Kung e Tai Chi. Socióloga, antropóloga, mestre em Comunicação pela UnB. Nasceu no Acre e mora em Brasília.
Comentários