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Lula critica “cretinice” do governo

 

Lula critica “cretinice” do governo na questão do vazamento de óleo no Nordeste

Ex-presidente lembra que problema atinge a região há 60 dias e até agora Bolsonaro “não pôs os pés lá”

Redação Brasil de Fato

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a atuação do governo Jair Bolsonaro (PSL) diante do vazamento de petróleo que desde o final de agosto atinge as praias do Nordeste. Lula falou ao Brasil de Fato com exclusividade na quarta-feira (23).

“Não queremos saber de onde é o óleo, se é da Venezuela, brasileiro, iraquiano, iraniano ou é russo […] Nós queremos saber que o óleo está atingindo as praias brasileiras, que é uma das fontes de riqueza e geração de emprego no Brasil através do turismo e que, até agora, há 60 dias, o presidente não pôs os pés lá, não foi lá”, diz Lula.

Praias dos nove estados da Região Nordeste foram atingidos por petróleo cru. As manchas de óleo surgiram inicialmente na cidade de Conde, no litoral Sul da Paraíba.

A falta de transparência do governo sobre o desastre ambiental, de proporções ainda incalculáveis, foi duramente criticada. Além disso, a administração Bolsonaro não colocou em prática um plano de ação elaborado para conter situações como essas porque o colegiado responsável foi extinto em abril deste ano.

“Ontem eu vi o ministro do Meio Ambiente [Ricardo Salles] dizer [que] o óleo é da Venezuela. Quem quer saber de onde é o óleo, meu Deus do céu? Se for dos Estados Unidos é bom? Se for de Israel é bom? Não […] Isso é de uma cretinice muito grande. E nós estamos vendo isso, sabe?”, afirma Lula.

Confira trecho, veiculado na TVT, da fala do ex-presidente Lula sobre os vazamentos:

 

 

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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