Fralda de pano reduz impacto ambiental
Apesar de cogitada como ultrapassada, fralda de pano moderna ajuda na preservação do meio ambiente e diminuição do volume de resíduos.
Usadas antes do surgimento das fraldas descartáveis, as de pano continuam sendo a melhor opção quando o assunto é a preservação ambiental. Mas, não se engane ao pensar que essas fraldas são como as de antigamente. Existem versões modernas com tecidos resistentes e tecnológicos que auxiliam na higienização dos bebês e a diminuir o impacto ambiental.
Por: Thamiris Galhardo – pensamentoverde
Sustentabilidade prejudicada
O consumo das fraldas descartáveis é um dos fatores considerados como mais prejudiciais quando o assunto é a preservação do meio ambiente. Por isso, tem se tornado alvo de muitas críticas, já que em média seis mil fraldas são utilizadas e descartadas nos três primeiros anos de vida da criança. Como cada uma delas leva, aproximadamente, 450 anos para se decompor, é extremamente poluente.
Além disso, para a produção de fraldas são utilizados recursos como a celulose de árvores (plantadas em regime de monocultura) e materiais derivados do petróleo que contaminam o ambiente. Além de substâncias absorventes que podem causar irritações e alergias nos bebês.
Fralda Ecologica
Capazes de se ajustarem ao corpo da criança, conforme seu crescimento, as fraldas de panos com botões de fecho e elásticos caseados nas pernas e cintura, se tornam diferente das antigas fraldas de pano, que necessitavam de alfinetes para serem fechadas. Com uma cobertura extra de revestimento nas perninhas para evitar vazamentos e marcas em peles sensíveis.
Após o uso, é recomendado que armazene as fraldas de xixi em um mesmo balde, separando apenas os absorventes das capas para evitar a propagação do cheiro. Porém, se houver fezes, despeje o excesso no vaso sanitário antes de colocá-las no balde.
Para a lavagem na máquina, acrescente uma colher de sopa de detergente e meio copo de vinagre branco a cada 20 fraldas e dê preferência por um produto que agrida menos o ambiente como os de origem ecológica.
Menor poluição
Com menos recurso para ser fabricada, a fralda de pano dura cerca de três anos, um período que corresponde a 5,5 mil fraldas descartáveis utilizadas. Além disso, não utilizam produtos químicos na composição, o que facilita na degradação e auxiliam o meio ambiente. Portanto, as de tecido são práticas, modernas, sustentáveis e geram uma grande economia financeira.
Quantidade ideal
Se você pretende fazer a transição das fraldas descartáveis para as de pano, é importante que tenha a quantidade certa para não falte durante as trocas do bebê. Por isso, se a criança usa em média 8 fraldas por dia, é necessário que você tenha um estoque de, aproximadamente 30 para que dê tempo de serem limpas.
Fonte: https://www.pensamentoverde.co
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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.
Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.
Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.
Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.
Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.
Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.
Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.
Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.
Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.
Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.
Zezé Weiss
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