Pesquisar
Close this search box.

Música É muito coisa de preto!

Música É muito coisa de preto!

Racismo de apresentador vira celebração das inestimáveis realizações do povo negro

  Aydano André Motta

Quis o destino que justo no mês da consciência negra aflorasse oracismo de William “É coisa de preto” Waack. Mas o jogo virou lindamente. Desde a divulgação do vídeo, a brutalidade foi, como se diz hoje em dia, ressignificada como expressão da potência de um povo e transformada em exaltação da negritude. Então, formou: tem muita, mas muita “coisa de preto” a ser celebrada – e o #Colabora procurou autoridades no assunto, como Flávia Oliveira e Luiz Antonio Simas, para oferecer uma modesta lista de preciosidades que vieram dos negros.

1 – Música é muito coisa de preto! De Cartola a Louis Armstrong, de Pixinguinha a Angelique Kidjo, de Dona Ivone Lara a Cole Porter, de Clementina de Jesus a Nina Simone, boa parte da música do mundo é obra dos negros. De presente:

Angelique Kidjo

:

2-Cartola:

Festa é completamente coisa de preto! O espetáculo único das escolas de samba cariocas, mistura de ritmo e beleza que encanta o mundo, foi inventado pelos negros. Há quase um século, sobrevive a inimigos variados e poderosos, como a grande festa popular brasileira.

5 – Literatura é coisa de preto! O “Dom Casmurro” de Machado de Assis; o “Meio sol amarelo” de Chimamanda Ngozi Adichie, o “Quarto de despejo: Diário de uma favelada”, de Carolina Maria de Jesus; “O triste fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto. Só obras-primas.

5 – Poesia é coisa de preto! Entre muitos exemplos, estão os poemas da criação dos 256 odus de Ifá, a sabedoria oracular dos iorubás, ferramenta poderosa para resolução de problemas. Histórias míticas, que oferecem princípios para dirimir conflitos e confusões interpessoais.

6 – Cinema é coisa de preto! De Spike Lee, Antônio Pitanga, Denzel Washington, Ruth de Souza, Halle Berry – que elenco!

7 – Escultura é coisa de preto! Basta ver as magníficas criações em bronze do Igbo Ukwu e as impressionantes máscaras de Ilê Ifé, na atual Nigéria; os inquices dos Congos, os trabalhos em ferro dos Abomei, no Benin (o antigo reino do Daomé); ou as obras primorosas dos artistas da tribo Makonde, na Tanzânia.

8 – Infraestrutura é coisa de preto! No século XIX, os irmãos baianos André e Antônio Rebouças, engenheiros, fizeram o ousado projeto da estrada de ferro entre Curitiba e o porto de Paranaguá. André ficou famoso no Rio ao solucionar o problema do abastecimento de água da então capital. Reconheceu o sobrenome? Sim, eles emprestaram ao Túnel Rebouças, a principal ligação entre as Zonas Norte e Sul da cidade.

9- Ciência é coisa (antiga) de preto! De Imhotep (2655-2600 a.C.) foi um gênio egípicio, chanceler do faraó Djoser, considerado o primeiro médico da história antiga. Ele também era escritor, mago, astrólogo e filósofo.

10 – Ciência continua sendo coisa de preto! De Katherine Johnson, Dorothy Vaughan e Mary Jackson, pioneiras da Nasa que possibilitaram, com seu trabalho, a ida do homem ao espaço.

11 – Esporte é coisa de preto! De Pelé, o atleta do século, a Adhemar Ferreira da Silva, bicampeão olímpico do salto triplo; de Michael Jordan a Usain Bolt; de Rafaela Silva, nossa campeã olímpica de judô, a Isaquias Queiroz, medalhista da canoagem; de Jesse Owens, o americano que desmoralizou o nazismo ao conquistar quatro medalhas de ouro nos Jogos de Berlim, a Abebe Bikila, o etíope filho de um pastor de ovelhas que, correndo descalço, venceu duas maratonas olímpicas. E de Lewis Hamilton, tetracampeão de Fórmula 1.

12 – Liberdade é coisa de preto! A ela, Martin Luther King e Nelson Mandela dedicaram a vida. Como Zumbi, Aqualtune e Dandara, guerreiros da liberdade do povo negro no Brasil do século XVII, no Quilombo dos Palmares.

13 – Atitude é coisa de preto! A trajetória dos casais Barack e Michelle Obama, nos Estados Unidos (e no mundo), e Lázaro Ramos e Taís Araújo, no Brasil, contribui decisivamente na luta contra a discriminação.

14 – Coragem é coisa de preto! De Rosa Parks, a americana que não cedeu lugar a um branco, no ônibus em 1955, e virou símbolo da luta pelos direitos civis. De Teresa de Benguela, líder que resistiu à escravidão no século XVIII, como rainha do Quilombo de Quariterê, no atual Mato Grosso.

Edição Xapuri


Block

Assine a revista Xapuri Socioambiental e contribua para nosso projeto de resistência e solidariedade


0 0 votos
Avaliação do artigo
Se inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários

Parcerias

Ads2_parceiros_CNTE
Ads2_parceiros_Bancários
Ads2_parceiros_Sertão_Cerratense
Ads2_parceiros_Brasil_Popular
Ads2_parceiros_Entorno_Sul
Ads2_parceiros_Sinpro
Ads2_parceiros_Fenae
Ads2_parceiros_Inst.Altair
Ads2_parceiros_Fetec
previous arrowprevious arrow
next arrownext arrow

REVISTA

REVISTA 113
REVISTA 112
REVISTA 111
REVISTA 110
REVISTA 109
REVISTA 108
REVISTA 107
previous arrowprevious arrow
next arrownext arrow

CONTATO

logo xapuri

posts recentes