Futebol com craques: Chico Buarque e Lula em campo!
Lula e Chico Buarque participam de jogo de futebol em campo do MST
O campo Dr. Sócrates Brasileiro, em Guararema (SP), recebe amigos do ex-presidente e do cantor e integrantes de movimentos sociais em encontro neste domingo (22)
Por Brasil de Fato
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o cantor Chico Buarque irão reunir seus amigos para disputar uma partida de futebol com integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e amigos no próximo domingo (22). O jogo será celebrado no campo Dr. Sócrates Brasileiro, nome dado em homenagem ao ídolo da Democracia Corintiana, em Guararema (SP).
A expectativa do evento é reunir cerca de 4 mil pessoas para assistir à partida, além de políticos, artistas, juristas e militantes de movimentos populares.
O local que recebe a partida é onde funciona desde 2005 a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), maior centro de formação política do MST, que recebe milhares de militantes do Brasil e do mundo a cada ano.
Ao vivo em rádio, TV e nas redes sociais
A partida e as atividades do evento serão transmitidas ao vivo, a partir do meio-dia até às 15h, pelo Brasil de Fato, pela TVT, e na Rádio Brasil Atual (FM 93,3 no litoral paulista, FM 98,9 na Grande São Paulo e FM 102,7 no noroeste paulista).
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Reencontro das equipes
Esta é a segunda partida celebrada entre Lula, Chico e MST na escola do movimento. A primeira, realizada em dezembro de 2017, foi na inauguração do campo Dr. Sócrates. Participaram na época juristas, artistas, políticos e apoiadores do MST, que calçaram suas chuteiras e entraram em campo para a disputa de quatro partidas. A arbitragem ficou por conta do jornalista Juca Kfouri.
Fonte: PT
Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.
Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.
Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.
Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.
Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.
Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.
Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.
Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.
Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.
Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.
Zezé Weiss
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