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Marielle Franco, militante das causas justas

Marielle Franco, negra, feminista, militante das causas justas: Presente!

“Precisamos gritar para que todos saibam o que está acontecendo em Acari nesse momento. O 41o Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando os moradores de Acari. Nessa semana, dois jovens foram mortos e jogados em um valão. Hoje a polícia andou pelas ruas ameaçando os moradores. Acontece desde e sempre e com a intervenção ficou pior.” 

A vereadora Marielle Franco (Psol), 38 anos, mulher negra, feminista, militante das causas justas, foi assassinada a tiros na noite desta quarta-feira, 14/03, na Rua Joaquim Palhares, próximo ao metrô, no Estácio, Centro do Rio. O motorista, Anderson Pedro Gomes, 39, que guiava o carro, também foi morto. Os criminosos fugiram sem levar nada.

Marielle voltava de um evento na Rua dos Inválidos, na Lapa, quando dois bandidos dispararam no carro de seu  motorista, e fugiram logo em seguida.  Das nove cápsulas de bala encontradas no local, segundo a polícia pelo menos cinco atingiram Marielle na cabeça. Atingida por estilhaços, uma assessora da vereadora, foi atendida no  Hospital Municipal Souza Aguiar, medicada, liberada e seguiu, com uma comissão do Psol, para a Delegacia de Homicídios (DH) da Capital, na Barra.

No momento do crime, a vereadora estava no banco de trás do carro, no lado do carona. Como o veículo tem filme escuro nos vidros, a polícia trabalha com a hipótese de os criminosos terem acompanhado o grupo por algum tempo, tendo conhecimento da posição exata das pessoas. O motorista foi atingido por pelo menos 3 tiros na lateral das costas. A polícia buscará imagens de câmeras da região para determinar o trajeto do carro e desde onde ele passou a ser seguido. O local exato do crime fica quase em frente a um posto do Detran, que na hora estava fechado.

A principal linha de investigação é de que foi execução.  O secretário municipal da Casa Civil, Paulo Messina (Pros),  comentou o assassinato. “Com certeza, agora na Prefeitura, como secretário, vamos colaborar com a Polícia Civil em toda a investigação que puder. A Câmara vai se posicionar firmemente sobre isso”. O secretário municipal de Ordem Pública, Paulo César Amêndola, determinou que a CET-Rio entregue todas as imagens das câmeras de trânsito do percurso feito por Marielle desde a Lapa.

O deputado estadual do PSOL Marcelo Freixo disse que o crime é “inadmissível”. “A gente vai cobrar com rigor, todas as características são de execução. Evidente que vamos aguardar todas as conclusões da polícia, cabe à polícia fazer a investigação, mas a gente, evidentemente, não vai nesse momento aliviar isso. As características são muito nítidas de execução, queremos isso apurado de qualquer maneira, o mais rápido possível”, afirmou ele. Freixo disse que a vereadora nunca tinha sofrido nenhuma ameaça.

“É muito chocante, é muito violento. Ela lutava pela paz e pela Justiça. Tudo indica que não foi assalto. É tudo muito precário e chocante. Em um momento que o Rio está sob intervenção, uma pessoa da importância da Marielle sofre esse tipo de violência e barbárie. Vou pedir uma apuração rigorosa, pois isso não pode ficar no rol dos 90% dos crimes que não são esclarecidos. Ela fazia parte da Comissão da Câmara que fiscalizava a intervenção. Não quero ser leviano, mas isso tem que ser apurado com celeridade. É imprescindível”, disse o deputado federal Chico Alencar (Psol-RJ).

“Ela estava muito alegre e animada. Eu ainda bati um papo com ela. Estou surpreso por tudo que aconteceu”, relatou o vereador Paulo Pinheiro (Psol). “A Marielle nunca comentou sobre receber ameaças de morte. Absolutamente nada. É uma agressão a outras pessoas. Se você tem uma pessoa que está dentro de um carro, do lado da sede da Prefeitura, você não podia esperar lugar mais seguro do que aqui. Você está vendo o prefeito andar do lado do prédio dele e assistir isso daqui. É inaceitável! Precisamos que a polícia investigue. Não é possível que numa cidade como essa uma coisa dessa acontecer, aqui, ao lado da Prefeitura. A gente está sempre assustado com a moto que para do lado e quem é o carro que para do lado. Não é por ser parlamentar ou não. A cidade do Rio de Janeiro é isso daí”, desabafou.

O corpo de Marielle será velado na Câmara dos Vereadores a partir das 11 h desta quinta-feira (15).

Marielle Franco – Divulgação

QUEM FOI MARIELLE! 

Marielle nasceu no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, era socióloga e foi eleita vereadora da Câmara do Rio com 46.502 votos, na última eleição. Se formou pela PUC-Rio e fez mestrado em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com o tema “UPP: A redução da favela a três letras”.

Ela coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), ao lado do deputado Marcelo Freixo. A vereadora também trabalhou em organizações nao-governamentais, como a Brazil Foundation e o Centro de Ações Solidárias da Maré (CEASM). Ela decidiu pela militância em direitos humanos após ingressar no pré-vestibular comunitário e perder uma amiga, vítima de bala perdida, num tiroteio entre policiais e traficantes na Maré.

Socióloga formada pela PUC-Rio e mestra em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Marielle, que foi a quinta vereadora mais votada nas eleições de 2016, atuava de forma combativa na Câmara com uma pauta em defesa dos direitos humanos e pela igualdade social.

No final de fevereiro, ela havia sido nomeada relatora da Comissão que iria acompanhar a intervenção federal no Rio.

No domingo, a vereadora denunciou, com exclusividade, ao Dia  uma ação de PMs do 41º BPM (Irajá) na favela de Acari. Segundo ela, moradores reclamaram da truculência dos policiais durante uma abordagem na região. Ela compartilhou uma publicação em que comenta que rapazes foram jogados em um valão. De acordo com as denúncias, no último sábado, os PMs invadiram casas, fotografaram suas identidades e aterrorizaram populares no entorno.

Três dias antes de ser assassinada, em entrevista ao DCM a vereadora Marielle Franco, do Psol, denunciou as mortes de jovens e a truculência policial em favela carioca:

A morte de dois jovens e a truculência policial durante operações na Favela de Acari, na Zona Norte do Rio, foram denunciadas pela vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e o coletivo Papo Reto. Marielle compartilhou uma publicação em que comenta que os rapazes foram jogados em um valão. De acordo com moradores, no último sábado, policiais militares do 41° BPM (Irajá) invadiram casas, fotografaram suas identidades e aterrorizaram populares no entorno.

“Precisamos gritar para que todos saibam o está acontecendo em Acari nesse momento. O 41° Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando os moradores. Nessa semana, dois jovens foram mortos e jogados em um valão. Hoje, a polícia andou pelas ruas ameaçando os moradores. Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior”, escreveu Marielle.

 O ÚLTIMO VÍDEO DE MARIELLE

Em um último compartilhamento nas redes sociais, Marielle transmitiu a roda de conversa “Jovens Negras Movendo as Estruturas”, através do Facebook.

 
 POSTS RECENTES DE MARIELLE NAS REDES SOCIAIS

https://odia.ig.com.br/rio-de-janeiro/2018/03/5522424-vereadora-marielle-franco-e-morta-no-estacio.html#foto=1

https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/vereadora-do-psol-marielle-franco-e-morta-a-tiros-no-centro-do-rio.ghtml

https://www.brasil247.com/pt/247/rio247/346845/Vereadora-do-Psol-%C3%A9-assassinada-ap%C3%B3s-denunciar-policiais.htm#.WqnZBpUiqho.twitter

Título inspirado em frase de Andreza Xavier no Facebook.


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Carlos Caridade

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