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MST produz 150 mil mudas para reflorestamento

MST produz 150 mil mudas para reflorestar Bacia do Rio Doce contaminada pela Samarco

O ex-presidente Lula visitou o local, na segunda fase de sua caravana pelo país.

Por Rute Pina
Do Brasil de Fato

As estufas e espaços de germinação do Assentamento Liberdade, no município de Periquito (MG), abrigam quase 150 mil mudas de vegetação nativa da Bacia do Rio Doce. Os brotos aguardam a época de chuvas para serem plantados no território, degradado e contaminado após o rompimento da barragem de Mariana (MG) em 2015.

O viveiro de mudas de Periquito é um dos quatro mantidos pelo MST e que participam do projeto Plantando o Futuro, fruto de parceria com o governo do estado de Minas Gerais. Nesta terça-feira (24), o acampamento foi visitado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que segue em viagem por Minas Gerais na segunda fase de sua caravana pelo país.

Jaedson Barbosa trabalha no projeto desde novembro do ano passado, quando foi demitido de uma indústria. Ele conheceu a atividade por meio de um curso de agroecologia: “Para mim, isso aqui é uma terapia”, disse.

O Sem Terra do Acampamento Esperança afirma que o projeto é primordial para a atividade produtiva do movimento. “Essas áreas destinadas à Reforma Agrária estão vindo todas bem surradas, e a gente tem que recuperá-las. Nós mesmos temos que fazer isso, porque o agronegócio não refloresta”, pontuou.

A engenheira ambiental Raquel Vieira da Costa coordena o projeto. Ela explica que as áreas de assentamento para a Reforma Agrária, em geral, têm impasses ambientais herdados da ocupação anterior.

Ela também destaca a colaboração do projeto para a região da bacia do Rio Doce, contaminada há dois anos após o rompimento da barragem da mineradora Samarco, em Mariana (MG): “No Rio Doce, ele assume uma importância muito grande pela tragédia, pelo crime de Mariana. O movimento sem terra também se coloca à disposição de contribuir com isso, de recuperar a bacia do Rio Doce.”

Ao visitar o local, Lula repudiou incentivos públicos à produção de eucalipto como forma de reflorestamento, que acontecem desde a década de 1970. No local, há mais de 50 espécies diferentes de mudas da vegetação nativa da região produzidas pelo MST.

“O tempo foi passando e a gente aprendeu que reflorestamento é a gente plantar as árvores nativas. Plantar eucalipto não é florestamento. Nós precisamos colocar isso para o povo, para o povo saber a diferença entre o que é reflorestar e florestar. Isso que é florestamento porque está plantando as árvores nativas da região.”

Além da Bacia do Rio Doce, o projeto Plantando o Futuro abrange mais 16 territórios no estado em parceria com outras entidades e organizações da sociedade civil. O governo pretende plantar 30 milhões de árvores até dezembro de 2018 em todo o estado de Minas Gerais e recuperar 40 mil nascentes e 6 mil hectares de matas ciliares.

Após a visita ao Assentamento Liberdade, Lula seguiu para o município de Governador Valadares, onde participou de um ato de denúncia sobre a impunidades do crime de Mariana.

Fonte: MST

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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