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O ano mais violento contra os indígenas no Brasil

O ano mais violento contra os indígenas no Brasil, informa o jornal do Vaticano

 

Desde 2008, o que está prestes a terminar foi o ano mais violento contra as comunidades indígenas do Brasil. É o que relata a Comissão Pastoral da Terra, organização ligada à Conferência Episcopal Brasileira.

A reportagem foi publicada por L’Osservatore Romano, 18/19-12-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.

Após o assassinato de sete índios em 2019, a Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e o Meio Ambiente (Copime), no estado brasileiro do Amazonas, solicitou às autoridades que iniciassem uma investigação. “Ainda não sabemos o motivo dessas mortes, estamos pressionando o poder público para obter explicações”, afirmou Turí Sateré, coordenador da Copime. A justiça ignora esses crimes porque há “discriminação” contra os indígenas, declarou por sua vez no site da UOL o líder tribal José Augusto, da Comunidade de Nações Indígenas de Manaus.

A vítima mais recente foi Humberto Peixoto, da etnia Tuyuca, membro da Caritas da arquidiocese e assessor da associação de mulheres indígenas do Alto Rio Negro. Três dos sete assassinatos ocorreram no chamado “cemitério dos índios”, um bairro criado pela ocupação de terrenos no norte de Manaus, uma região periférica onde também atua o narcotráfico.

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/

 

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

 

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