O Brasil e o mundo homenageiam Marielle e pedem justiça
O ex-candidato à presidência da República pelo Psol lembrou que o assassinato da ativista e vereadora completou um ano sem que se soubesse quem foram os mandantes do crime. “Se descobriu há poucos dias os suspeitos do assassinato. Esperamos ter a confirmação disso, mas não basta saber quem apertou o gatilho. É preciso saber quem mandou matar Marielle”, disse. “É isso que este ato aqui em São Paulo e manifestações em todo o Brasil estão querendo saber.”
Boulos lembrou que o ato de São Paulo “foi liderado por mulheres negras”. “Marielle, presente. Anderson, presente. Esse é o recado desse dia 14 de março”, completou.
O padre Júlio Lancelotti, da Pastoral do Povo de Rua, saudou a “coragem dos que enfrentam os poderosos e nunca ficam do lado dos que pisam nos pobres”. “Se o Deus em que acreditamos é o Deus da Bíblia, que se identifica com os oprimidos, a imagem de Deus é uma mulher negra”, disse.
O religioso clamou para que a população defenda os oprimidos, como fazia a vereadora. “Defendam aqueles que são exterminados pelo preconceito e pela violência. Marielle está viva, Anderson (o motorista da vereadora, também morto em 14 de março de 2018) está vivo, junto com todos os que lutam.”
Atos e eventos clamando pela vida, pela democracia e pela justiça, pela esperança e pela utopia de um mundo sem violência se alastraram por incontáveis cidades do Brasil e do mundo. Os eventos acontecem não apenas na data do crime, mas se estendem até a semana que vem, em várias cidades do planeta.
Confira agenda de atos por Marielle no Brasil e no mundo
Nesta quarta, Rio de Janeiro, Brasília, Campo Grande, João Pessoa, Natal, São Bernardo, Aracaju, Fortaleza, Belo Horizonte, São Paulo, Bauru, Porto Alegre, Pelotas (RS), Manaus e outras cidades brasileiras sediaram eventos nos quais milhares de pessoas exigiam saber quem mandou matar a ativista e parlamentar, proclamaram que “Marielle Vive”, propuseram “amanhecer com Marielle”, pediram justiça, paz e liberdade.
No mundo, cidades como Buenos Aires, Berlim, Amsterdã, Genebra, Bolonha, Madri, Melbourne, Londres, Nova York, Boston, Los Angeles, Montreal, Ottawa e Montevidéu realizaram manifestações.
A viúva de Marielle, Mônica Benício, é protagonista de um seminário na Universidade de Princeton, em New Jersey, nos Estados Unidos, ao lado da já lendária ativista negra norte-americana Angela Davis. O evento, “Feministas negras ao redor das Américas: um tributo à ativista política Marielle Franco”, é realizado entre esta quinta e sexta-feira (15).
“Hoje estou nos Estados Unidos para uma agenda com a Angela Davis. Uma inspiração minha e da Marielle. Será muito difícil estar no Rio amanhã (hoje). Na verdade é uma tentativa de ser menos doloroso (se é que é possível…)”, escreveu Mônica no Facebook. “As notícias de ontem, sobre as prisões dos executores, um ano após o crime, nos traz a certeza de que estamos no caminho na luta por justiça. Mas não basta a prisão dos mercenários. O verdadeiro assassino é aquele que mandou matar minha companheira.”
O deputado Marcelo Freixo (Psol-RJ), padrinho político da vereadora, afirmou no Facebook: “Marielle nunca andou só, por isso ela é e sempre será essa potência. Ela sempre será gigante. É isso que os escravocratas nostálgicos com suas chibatas imaginárias não aceitam”.
Nas redes sociais, diversas lideranças políticas se manifestaram. O ex-deputado federal Jean Wyllys, que se elegeu pelo Psol do Rio de Janeiro e abdicou do mandato devido às ameaças de morte, contou pelo Facebook que recebeu a notícia da execução da Marielle por telefone, que lhe foi anunciada por seu assessor, Bruno Bimbi: “‘Jean, mataram Marielle’. Seguiu-se um silêncio entre nós dois que pareceu tão grande quanto a distância que nos separava: ele estava no Rio e eu em Brasília. Perguntei incrédulo e meio tonto: ‘Como assim mataram Marielle, Bruno? Que loucura é essa?’”.
A deputada Maria do Rosário (PT-RS) repetiu o coro que tomou conta das manifestações pelo Brasil e pelo mundo: “O Brasil precisa saber. Nós queremos saber. Quem mandou matar Marielle Franco?”.
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