Assassinado pelo ódio: mais um jovem negro morto
Vivemos um tempo difícil. Desde o golpe de 2016, anunciávamos isso. Um golpe que tirou do poder Dilma Rousseff, uma mulher vítima de tortura pelo poder opressor que se repete neste tempo, com o assassinato de centenas de corpos pretos nas favelas e nas periferias do Rio de Janeiro…
Por Andrea Matos e Aluízio Júnior
O golpe que aprovou a Reforma Trabalhista e deixou a classe trabalhadora sem emprego.
Vivemos um tempo em que temos que agradecer ao acaso, quando uma estudante do Benin, um país da região ocidental da África, agradece ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a oportunidade de ter estudado no Brasil, o que a possibilita de fazer o seu doutoramento na França.
Vivemos um tempo de denúncia constante, onde a “pacificação” da favela do Jacarezinho anunciada pelo governo de exceção do estado do Rio de Janeiro mata e chicoteia jovens, sim, pretxs. Onde é celebrado o aumento dos números de armas de fogo para “cidadãos civis”. Onde assistimos em tempo real o que acontecia com o povo de África trazido para cá há quase 500 anos, para trabalhar em condições análogas à escravidão. Escravização esta que fez com que o gerente do Quiosque Tropicália, no Posto 8 da Barra da Tijuca, amarrasse, violentasse, violasse, chutasse, socasse e assassinasse o congolês Moïse Kabamgabe, porque ele cobrou o pagamento pelo trabalho prestado.
Mais um crime fruto do ambiente fascista que se instalou em nossa sociedade, principalmente após a eleição do presidente Jair Bolsonaro. Não ficará impune.
A CUT-Rio reuniu-se com diversas entidades do movimento do povo preto na convocação feita pelo Instituto de Pesquisas da Cultura Negra (IPCN), na noite da última segunda-feira (31/1), e apoia todos os encaminhamentos tirados na plenária de mobilização nacional e internacional, já que este crime gera uma crise diplomática.
Este crime é um ataque frontal à instituição do trabalho, direito reconhecido na Declaração Universal dos Direitos Humanos, e desumaniza ainda mais a parcela preta da população fluminense, que desde o dia 14 de maio de 1888 luta para que tenhamos a possibilidade de gozar do Estado Democrático de Direito.
Agenda de Mobilização Nacional
Senzala quiosque Tropicália, Posto 8, Barra da Tijuca – Rio/RJ
Largo da Ordem – Curitba/PR
MASP – São Paulo/SP
Todo povo democrático brasileiro marchará por justiça por Moïse Kabamgabe.
Aluízio Júnior
Secretaria de Combate ao Racismo da CUT-Rio