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O que faz com que uma pessoa seja “má”?

O que faz com que uma pessoa seja “má”?

Cientistas escalam traços de personalidade que caracterizam uma pessoa ‘má’

Na psicologia, existe um conceito chamado de “tríade obscura”. Este trio infame é composto de traços de personalidade que definem o que costumamos chamar de “pessoa ruim”.

Por: BBC – blogdacidadania

O primeiro desses traços é o narcisismo. Pessoas narcisistas tendem a se concentrar em si mesmas, fantasiar com poder ilimitado e precisar da admiração constante dos outros.

Em seguida vem a psicopatia, isto é, falta de empatia com os demais. É a característica própria de pessoas manipuladoras, não confiáveis e que não se importam com os sentimentos ou interesses de outras pessoas.

Essa turma do mal é completada pelo “maquiavelismo”. Pessoas que têm esse comportamento muito acentuado costumam ter atitudes cínicas e adotarem estratégias cujo único propósito é beneficiar seus próprios interesses.

Os três traços estão presentes nas pessoas emocionalmente frias. Alguns estudos mostraram que pessoas com altas pontuações na “tríade obscura” também possuem níveis baixos de características como simpatia, honestidade e humildade.

Os especialistas definem o sadismo como “uma tendência a se envolver em comportamentos cruéis, degradantes ou agressivos em busca de prazer ou dominação”.

Na linguagem comum, ser sádico é gostar de causar sofrimento aos outros.

Várias das características do sadismo se sobrepõem às características da tríade, mas, ao mesmo tempo, dizem os pesquisadores, este tem aspectos únicos que justificariam estudar a possibilidade de somá-lo à tríade. Seria a “tétrade obscura”.

Para chegar a essa conclusão, os psicólogos submeteram um questionário com nove questões a 202 universitários (54 homens e 148 mulheres), entre 17 e 26 anos.

Estas são as nove questões do teste, em que os participantes tiveram que marcar de 1 a 5 o quanto concordaram com essas afirmações:

1. Eu aplico peças nas pessoas para que elas saibam que eu estou no controle da situação;

2. Eu nunca me canso de pressionar as pessoas ao meu redor;

3. Eu prejudicaria alguém se isso significasse que eu estaria no controle;

4. Quando eu zombo de alguém, acho engraçado vê-lo com raiva;

5. Ser mal com os outros pode ser divertido;

6. Dá prazer ridicularizar as pessoas na frente de seus amigos;

7. Acho divertido ver as pessoas brigarem;

8. Eu penso em ferir as pessoas que me irritam;

9. Eu não machucaria ninguém de propósito, mesmo que essa pessoa não goste de mim.

As respostas dos estudantes levaram os pesquisadores a concluir que, apesar do sadismo compartilhar algumas das características do narcisismo, da psicopatia e do maquiavelismo, “não pode ser reduzido a (uma manifestação dos) outros três”.

Minna Lyons, pesquisadora da escola de psicologia da Universidade de Liverpool, não participou do estudo canadense. Ela, porém, concorda que o sadismo é uma característica em si.

“O sadismo é interessante porque parece diferente da tríade obscura”, disse Lyons à BBC Mundo. “Se alguém tem pontuação alta em psicopatia, ele não necessariamente gosta de causar dor a outras pessoas, então parece ser um traço de personalidade distinto.”

Para Lyons, é importante estudar esses comportamentos entre pessoas comuns, não apenas entre pessoas que foram diagnosticadas com um distúrbio de personalidade, para ver como essas características se entrelaçam com outros comportamentos.

Além disso, ela adverte que essas características fazem parte do comportamento diário das pessoas. E que, em certas circunstâncias, podem inclusive ser benéficas.

“É normal que haja pessoas com alto índice de sadismo, o que não faz delas anormais. Inclusive o fato de ter uma pontuação alta não te torna necessariamente uma pessoa má”, explica Lyons.

“(Essas características) tornam-se problemáticas no momento em que começam a interferir na vida, ou a pessoa começa a perder o controle, e começa a prejudicar outras pessoas e a si mesmo”, diz a psicóloga.

Ela também alerta para o fato de que esse tipo de teste é apenas uma ferramenta de medição. Não é usado como diagnóstico, já que muitos outros fatores devem ser levados em consideração ao avaliar o comportamento de uma pessoa.

Fonte: https://blogdacidadania.com.br/2019/04/cientistas-escalam-tracos-de-personalidade-que-caracterizam-uma-pessoa-ma/

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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